Sem Rede
Museu Colecção Berardo, Lisboa, Portugal
01/03/2010 > 18/05/2010

O Museu Colecção Berardo apresenta Sem Rede, a primeira exposição antológica de Joana Vasconcelos, composta por cerca de 40 obras. 

Com uma carreira iniciada em meados da década de 1990 e crescentemente aclamada em Portugal e no estrangeiro, Joana Vasconcelos afirmou-se como a mais importante artista portuguesa da sua geração. Produzida pelo Museu Coleção Berardo e comissariada por Miguel Amado, Sem Rede reúne um número significativo de obras, assim traçando uma panorâmica da atividade de Joana Vasconcelos. A exposição foca a produção dos últimos 15 anos, compreendendo não só as principais obras de grande escala realizadas na última década, mas também diversas obras da década de 1990, muitas delas inéditas desde a sua apresentação original. Sem Rede constitui, pois, uma oportunidade única para conhecer ou redescobrir o extraordinário trabalho de Joana Vasconcelos.


Joana Vasconcelos interpreta o mundo moderno através de uma singular apropriação das mentalidades, mitologias e iconografias da sociedade de consumo. Inspirando-se no imaginário comum, analisa distintas problemáticas da vida social.
Assim, sob um impulso alegórico e efeito derrisório, desconstrói os valores, hábitos e costumes da civilização ocidental para comentar a existência atual. Cruzando tradição e modernidade, inconsciente coletivo e história e sublime e simbólico, a
artista equaciona a identidade, releve esta do género, da classe ou da nacionalidade. As suas obras combinam múltiplas referências culturais (desde movimentos artísticos a expressões correntes), objetos quotidianos com potencial sígnico (tais como espanadores, blisters de comprimidos, tampões higiénicos, utensílios domésticos, talheres de plástico ou panelas e respetivas tampas) e materiais e técnicas populares (como a azulejaria e as faianças Bordalo Pinheiro ou o tricô e o croché). Engenhosamente manipulados, estes elementos atenuam o seu sentido e compõem uma nova forma, cujo significado recontextualiza a realidade original e, assim, reflete a experiência entrópica característica da condição contemporânea.

Como o próprio título da exposição sugere, Sem Rede explora a prática de Joana Vasconcelos sob uma perspetiva inovadora, desafiando as representações dominantes na crítica e no público acerca da sua produção e suscitando ao visitante uma intensa experiência estética. A exposição contempla obras icónicas como A Noiva (2001-05), o núcleo Coração Independente (2004-2006), Donzela (2007) e Cinderela (2007). Desdobra-se, ainda, por obras redesenhadas em função do espaço expositivo, como Contaminação (2008-2010) e Jardim do Éden (Labirinto) (2010). Finalmente, pontua-se com obras marcantes do início da sua carreira, como Flores do Meu Desejo (1996) ou o duo Sofá Aspirina (1997) e Cama Valium (1998), bem como com obras importantes na consolidação do seu percurso pouco conhecidas no nosso país, como Ponto de Encontro (2000), O Mundo a Seus Pés (2001) e Burka (2002).

Para além do sentido possuído por cada obra, já em si plural, a inesperada e surpreendente relação que as obras estabelecem entre si ao longo da exposição gera múltiplos significados que recriam, como nunca, o especial universo de Joana Vasconcelos.

As grandes individuais realizadas no Museu Coleção Berardo (Sem Rede, 2010) e no Palácio Nacional da Ajuda (Joana Vasconcelos, 2013) são as duas exposições mais visitadas em Portugal, com cerca de 168 mil e 235 mil visitantes, respetivamente.

Nas atividades circenses, 'sem rede' traduz a sensação de risco distintiva dos venturosos trapezistas que, acrobaticamente, balouçam a alturas vertiginosas. Daí a sua adoção como título deste projeto, inovador no olhar lançado sobre a prática da artista e, portanto, ousado nas propostas que desenvolve.
Miguel Amado
Sem RedeSem Rede
© DMF, Lisboa
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© DMF, Lisboa
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© Atelier Joana Vasconcelos
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© DMF, Lisboa
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© Rita Carmo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© DMF, Lisboa
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© DMF, Lisboa
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© DMF, Lisboa
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© David Luciano | Cortesia Museu Coleção Berardo
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© DMF, Lisboa
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© Atelier Joana Vasconcelos