Em 2007 Joana Vasconcelos deu início a uma série de obras que questiona a condição doméstica da mulher, partindo de um rotineiro objeto da cozinha e estabelecendo uma improvável associação ao mundo do glamour. Através da sobreposição de tachos em aço-inoxidável e das suas tampas, a artista plástica cria um outro símbolo, associado tanto à elegância da sétima arte (declinado nos títulos Marilyn, Dorothy, Priscilla e Carmen Miranda) ou às aspirações oníricas do imaginário infantil (nomeado através de Cinderela ou Betty Boop). A multiplicação do objeto de pequenas dimensões – o Silampos número 16, que em Portugal é usado diariamente para cozer arroz branco para uma família de quatro pessoas – dá origem à escala monumental, naquela que poderia ser uma alusão ao papel estoico, e não frequentemente reconhecido, desempenhado pelas mulheres do mundo inteiro. Fazendo referência a conhecidas histórias de transformação, a artista plástica cria ainda uma nova camada de significado, com o objetivo de desconstruir estereótipos.