Contaminação apresenta-se sob a forma de um enorme e estranho corpo têxtil tentacular, de cores e texturas variadas, síntese quimérica de trabalhos anteriores da artista. Técnicas, materiais, texturas, formas e cores reveladas em obras seminais como Pantelmina #1 [2001], Pega #1 [2002], Valquíria #1 (2004), ou Blup [2002] e Paredinha [2003], são aqui retomados num processo de relacionamento direto com a arquitetura.
A instalação invade o espaço do museu contaminando-o e interferindo com a experiência do Lugar vivenciado pelo observador. O efeito orgiástico, gerado pela explosão de formas, texturas e cores reencarna os valores dionisíacos, em claro contraste com a dimensão apolínea da organização racional e disciplinada do espaço arquitetónico.
Num momento em que os princípios da segurança e da saúde imperam sobre a vida quotidiana e o espírito de transgressão é eufemisticamente reinterpretado, Contaminação reintroduz o paradigma dionisíaco, sublinhando o poder do hedonismo e do sensualismo dos costumes.
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