A instalação Spin consiste em múltiplos secadores de cabelo coloridos instalados à volta de um espelho circular. Ao pisar a plataforma da obra, os secadores de cabelo são ativados e o visitante é brindado com o reflexo do seu próprio rosto, agitado pelo vento. A instalação bem-humorada de Joana Vasconcelos faz-nos pensar inicialmente no conto grego sobre o jovem Narciso, que se apaixona pelo seu próprio reflexo. As tendências narcisistas são uma caraterística comum dos tempos modernos, cristalizada na crescente cultura da selfie. No entanto, Joana Vasconcelos ironiza a ideia de um sujeito narcísico, criando uma desordem na aparência do espetador - desalinhando os seus cabelos. O secador de cabelo, criado com o objetivo de promover a beleza dentro de casa, cria uma expressão difusa e surpreendente num contexto de um museu. O uso sofisticado do humor por parte de Joana Vasconcelos está intimamente ligado à atitude crítica da artista - neste caso, dirigida à tendência para a auto-obsessão do ser humano moderno.
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