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CALL CENTER

A forma hiperbolizada da pistola Beretta - o modelo popularizado nos filmes de James Bond - produzida através da acumulação de 168 telefones analógicos pretos, faz do seu alvo a violência inerente ao processo de comunicação em massa. O título parece reportar à manipulação e à desumanização características de muitos call centers. Uma arma não se liberta da sua carga violenta por mais nobre que seja a razão do seu uso; da mesma forma, a comunicação - em larga escala, uniformizada, controlada e manipuladora - poderá ser porventura um exercício de violentação das infinitas singularidades do sujeito. Respondendo ao desafio de Joana Vasconcelos, o músico Jonas Runa compôs uma sinfonia eletroacústica para as campainhas dos telefones, transformadas em instrumento musical pelas alterações que permitiram produzir diferentes notas. Alguns dos auscultadores suspensos e, sobretudo, uma poderosa coluna instalada no interior do cano da pistola são os veículos da eletrónica que nos transporta para um ambiente dissonante. Call Center convoca objetos do quotidiano e de um tempo específico, alia-os à dimensão sonora, e, através de engenhosas operações de deslocação, oferece-nos uma obra aberta e multidimensional.

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© Luís Vasconcelos
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© Luís Vasconcelos
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© Luís Vasconcelos
Detalhes da Obra
DATA DE PRODUÇÃO
2014-2016
MATERIAIS
Telefones analógicos
Aço macio metalizado e termolacado
Sistema de som
Osciladores acionados por microcontrolador
DIMENSÕES
210 x 80 x 299 cm
MÚSICA
Sinfonia Eletroacústica para 168 Telefones, composta por Jonas Runa, 20'
COLEÇÃO
Tia Collection
Obra exibida em
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